segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Igreja entre as palafittas!!

Visitando as comunidades com o padre-missionário

Entre as várias experiências que vivi na Diocerse de Santarém uma foi particularmente significativa: acompanhar Padre Rubinei, um jovem sacerdote que foi ordenado no mês de janeiro, em suas viagem de visitas às comunidades que acompanha. Com seus 30 anos e o entusiasmo de jovem padre cada dia percorre grandes distâncias de canoa, de voadeira, de moto, muitas vezes sozinho, outras vezes acompanhado por algum leigo fiel e generoso.

São 37 as comunidades da Área Pastoral a ele confiada, de diferentes dimensões e muito distantes uma da outra. Cerca uma vez por mês ele consegue alcançar seus fiéis, dedicando cada dia a uma visita missionária, saindo de manhazinha e saindo na estrada, nas pistas de poeira e com grandes poças, ou no rio, para alcaçar as várias populações que moram na beira dos rios. Que emoção chegar nas vilas e encontrar os leigos que já arrumaram a capelinha, limpado e organizado tudo para a Celebração daMissa, mesmo em dias de semana, porque a chegada do padre é um evento no povoado e, rapidamente a voz se aspalha: “Chegou o padre, hoje teremos Missa!”.

O grande território que Pe. Rubinei acompanha chama-se Santa Maria do Uruará, a 18 horas de barco de Santarém, e eu tive a grande alegria de visitar uma boa parte dela. Cada mês Pe. Rubinei percorre 310 km de moto e 9 horas de voadeira para visitar suas comunidades, para estar presente entre seus fiéis, encorajá-los na perseverar a comunidade cristã e administrar os sacramentos.

Encontros no Rio Purus

O Rio Purus é um dos inumeros afluentes do Rio Amazonas, se chega de Santarém somente de barco. Nas suas beiras vivem várias comunidades de pessoas, mais ou menos de 200/300 pessoas.

Eu também alcançei estas beiradas. O barco sai à tarde da cidade e de madrugada chega na boca do Rio Purus. Com minha mochila às 1:30 desci na canoa que estava-me esperando para levar-me na comunidade de Aparecida: Ageu, um jovem que já tinha conhecido durante um encontro, levou-me para a casa dele, uma palafitta no meio das outras, onde mora com os pais e seus sete irmãos. Chegando em casa, enquanto os outros dormiam, eu também ato minha rede no quarto já cheio com todos os irmãos e começo a dormir. Às 3:30 escuto Ageu que chama: “Eduardo acorda, vamos, está na hora de irmos a pescar.”. Eduardo é o irmão de 12 anos, eles são os únicos dois que trabalham agora, porque faz alguns meses que o pai tem problemas na coluna e não pode fazer esforços. A vida de Ageu é parecida com aquela de quase todos os jovens destas comunidades dos rios: ajudam a família que vive exclusivamente de pesca. De madrugada saem para retirar sua malhadeiras e depois de algumas horas voltam com o fruto de seu trabalho e às vezes com tristeza têm que dizer: “Hoje pescamos pouco, temos que sair de novo”. O escado é logo fervido e assado num barraco no fundo do quintal de madeiras que tem esta função particular, para manter a fumaça e o calor longe da moradia. Depois do longo trabalho Ageu e Eduardo almoçam de preça, tomam banho no rio e vão para a escola. Até dois anos atrás nestas comunidades só dava para estudar até a 4ª série, agora foram acrescentadas as salas até a 6ª e a 8ª, assim que Ageu e outros jovens, após anos de só trabalhar, voltaram para a sala de aula.

Ageu tem 18 anos, é um jovem muito responsável e também na comunidade cristã é muito comprometido, muitas vezes aos domingos celebra a Liturgia da Palavra na sua capela sobre a água. No coração dele tem um sonho grande: entrar no seminário para se tornar padre, mas por enquanto, a situação escolar e familiar dele não o permitem.

segunda-feira, 16 de maio de 2011


"Fiquei dois dias na casa de José Raimundo, em um casa pequena, simples e cheia de gente!Levantei-me na parte da manhã e sua mãe disse: "hoje José Raimundo completa seis anos!!!" Olhei ao redor e não vi sequer um brinquedo! Então eu pensei, "Raimundo é uma criança. Só me resta dar-te o cavalo branco de Anna". Peguei minha mochila e eu dei a ele o brinquedo: um cavalo branco. Assim que viu aquele cavalinho seu rosto ficou iluminado com um sorriso bonito. Neste José Raimundo passou o resto do dia brincado com seu cavalinho branco!"

Maria Giovanna Maran

terça-feira, 10 de maio de 2011

Projeto Barca Diocesana de Santarém

Ajudemos a reparar o barco que leva o evangelho!


A Diocese de Santarém, Pará (Brasil), possui um barco para facilitar o trabalho pastoral dos padres e bispos, em suas frequentes viagens para as muitas comunidades distribuídas nas margens dos rios Tapajós e Amazonas e seus numerosos afluentes. O barco que tem muitos anos está agora na necessita de reparo, uma vez que é impossível comprar um novo por seu alto custo.

Os padres e os bispos passam várias horas por semana neste barco, a fim de administrar os sacramentos aos irmãos mais distantes e seus frequentes encontros com as comunidades distantes. Para um determinado número de sacerdotes, o barco é a sua casa.

Os custos para fazer o trabalho são:

Mão-de-obra: R$ 1500,00
Equipamentos: R$ 700,00
15 mesas de madeira: R$ 945,00
Tintas + outros materiais: R$ 985,00
Pintor: R$ 870,00

Total: 5.000,00 R$


Diocese de Santarém

Banco Bradesco

BIC/SWIFT: BBDEBRSPBLM

IBAN: 02370524230022

Agencia: 0524/0

Conta Corrente: 23.002-2


Especifique no ato da doação a casualidade.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Jesus nos convida a sermos discípulos missionários. E você aceitou este convite ou não?

Jesus nos convida a sermos discípulos e missionários. Desde o nosso batismo temos este chamado. Deus nos convida a sair de nós mesmos e irmos ao encontro daquele que ainda não conhece Jesus. Deixar tudo e ir até os confins do mundo.

GENESIS 12, 1-2

Somos convidados a sermos proclamadores do Reino de Deus, partilhar da palavra, mostrar ao próximo que a minha presença pode ser cura.

A missão nos convoca a sair de nós mesmo, sair do egoísmo, do fechamento, das nossas seguranças e nos abandonarmos nos braços de Deus.

A humanidade precisa de missionários que estejam dispostos a encarrar de frente pessoas diferentes, culturas diferentes, lugares diferentes. Tudo é missão! Lembre-se: Deus deu esta capacidade para todos. Ele nunca nos dará uma missão que não seja mais que a nossa capacidade. O cristão é missionário desde o batismo, nunca esqueçamos isso!

Toda igreja é missionária, com seus membros que agem de diversosmodos, de acordo com a multiplicidade, variedades, carismas e dons. Infelizmente, nem todos se sentem chamados ou capazes de ser LUZ em uma sociedade sem fé, mesmo que esta sociedade não tenha esperança de ser feliz.


Esta noite Jesus bateu em minha porta ... Seu nome era Tatiane!


“Esta noite, choveu muito e repente, alguém tocou a campainha no seminário, meu amigo atendeu a porta alguns minutos depois e logo depois me avisou:’ Uma criança deseja falar com você.’

Aproximei-me, acenei, mas não sabia quem era. Vi que era uma menina. Estava toda molhada devido a chuva. Acolhi-a e logo e perguntou-me se nós estávamos em uma casa de irmãs, porque não queria voltar para sua casa. Então contou-me sobre sua situação chorando muito. Na realidade, ela era uma menina de 11 anos, que estava cansada de ser espancada pela mãe, que bebe e fica agressiva por causa da bebida. Em sua casa vivem ela, sua mãe e seu padastro que passa muitos dias viajando a trabalho e nunca está em casa. Depois de um tempo que me disse os detalhes sobre sua vida. Dei-lhe um copo de suco e um toalha para secar os cabelos e sua roupa.

Disse-me também que tinha um irmão um ano mais velho, mas que sua mãe o deu a outra mulher. Algumas vezes esta pequena criança fugia de casa e ia a casa de um amigo que a abrigava juntamente com sua família, mas agora seu amigo se mudou para o Rio de Janeiro foge de casa sem destino certo. Tatiane disse ter vivido com muita tristeza por vários meses em uma casa de recuperação para crianças, mas pediu para voltar para sua casa porque pensou que a mãe tinha melhorado.

Em um momento durante nossa conversa, expressou a mim um desejo que ardia em sua coração: "Eu gostaria que minha mãe me doasse a outra família para que eu não sofra tanto com estas coisas..". Além de contar seu sofrimento, Tatiana se culpa por tudo o que acontece em sua vida.

Nós telefonamos ao Conselho para levá-la a um lugar seguro. Enquanto isso, eu continuei a entretê-la. Tatiane quando viu os conselheiros ficou muito irritada e tentou fugir, dizendo insistentemente que ela veio sozinha, poderíamos deixá-la ir para casa sozinha. A Conselheira Tutelar com calma deu algumas informações sobre o que aconteceria e acalmou Tatiana, assegurando-lhe que não iria levá-la em um orfanato, mas queriam a sua colaboração, para que tudo seja resolvido para melhor.

O Conselho Tutelar deixaram-na no carro para protege-la contra a chuva forte, mas nos deixou a triste informação: 'Agora temos que ir. Esta noite temos muito trabalho. Temos um lista de casos a serem solucionados de 15 crianças com este tipo de problema.'

Agradeci a Deus no fim do dia por ter 'perturbado-me' com a chegada de Tatiana, por ter me mostrado e colocado em meu coração a realidade de milhares de crianças que sofrem, que são abandonadas e maltratadas.”

Maria Giovanna Maran


Crianças em uma missão evangelizadora na região amazônica.


Bem gente não pensem que a missão só é daqueles que passam horas e horas na igreja. A missão é todos, inclusive sua. Você que é batizado também é chamado.